22 abril 2012

CONCURSO DE LEITURA AUTÓNOMA 2.º PERÍODO









Participaram neste concurso as turmas do 5.º 5.ª, 7.º 4.ª e 7.º 5.ª. Foi mais uma turma que no período anterior, mas poderiam ser mais, não acham? 

Vamos lá meninos, leiam e partilhem as vossas leituras!
PARABÉNS às Vencedores!


Prémio:
- Inês Cardoso do 7.º 5.ª, n.º 13
2.º Prémio:
- Alece Nancassa do 7.º 5.ª, n.º 2
3.º Prémio:
- Letícia Monteiro do 7.º 5.ª, n.º 21



PARABÉNS!


A Coordenadora: Matilde Carvalho

17 abril 2012

Viajar pode ser uma maneira de aprender

Há alunos que passam despercebidos  mas escrevem textos que merecem ser lidos.
Esta aluna merece, de facto, ser reconhecida pelo empenho e participação em diversas atividades.

Fazemos um convite à leitura esperando que se deliciem com este texto magnifico da Beatriz Fialho, n.º 5 do 9.º 4.ª.




Viajar pode ser uma maneira de aprender

Sempre que nos falam de Nova Iorque, Rio de Janeiro, Londres ou qualquer outro ponto turístico, vêm-nos à cabeça palavras como férias, praias, sol, centros comerciais e alto consumo. E, claro, se ganhássemos qualquer uma destas viagens, nem pensaríamos duas vezes. Mas se em vez de uma praia paradisíaca, fôssemos de comboio até à aldeia dos nossos avós? É o que costumo fazer todas as férias e não é nada aborrecido. A aldeia fica talvez num sítio que nem sequer vem no mapa. Sim, longe do mundo real e verídico. A população é quase mínima e é com sorte que encontramos alguma criança a brincar na rua. É assim no Alentejo. Nos montes verdes e secos, há uma paz tranquila que, às vezes, não parece real. O silêncio. Os pássaros. As árvores. A Natureza. A solidão.

Como qualquer um pode imaginar, numa aldeia pequena qualquer novidade dá origem a cochichos e sussurros entre as vizinhas: a vida alheia não nos diz respeito. Mas de que vale dizer isso? Elas continuarão a fazer o mesmo, como uma rotina diária. O que mais gosto, quando lá estou, é de ficar a ver a paisagem com a minha avó. Os seus olhos vazios e sábios, profundos de uma cor cinzenta, a solidão. Quando a minha avó liga o rádio todos se calam, e fico a olhar para ela, debruçada sobre a mesa e a ouvir com atenção as palavras do locutor, que fala todos os dias com a mesma voz reconhecível e monótona.

A minha avó ensina-me muitas coisas. A sua idade revela a sua experiência de vida. Ensinamos tudo o que sabemos uma à outra e não só eu posso aprender como também a minha avó. Acho que o mundo é mesmo assim. Quando chega a hora de partir, sinto um aperto no coração, e há sempre uma lágrima que alguém não consegue conter. Mas a minha avó não chora. Quando eu saio, talvez, mas não à minha frente. Se lhe peço para viajar a qualquer um dos destinos turísticos, a avó ri-se. Aquele é o seu lugar, a aldeia, a sua cultura, a sabedoria que eu aprendo sempre que a visito.

Beatriz Fialho, nº5,9º4